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Novo chefe da Polícia Civil diz que combate a estelionato e crimes virtuais será uma das prioridades no RS

Em entrevista nesta segunda-feira(30), o novo chefe da Polícia Civil, delegado Fernando Sodré, ressaltou que vai priorizar o combate a cinco tipos de crimes. Sem ter uma ordem de prioridades, ele destacou os casos de estelionato, tendo ainda extorsão correlacionada a estes fatos.

O objetivo é apurar o crescente número de golpes virtuais envolvendo estes indicadores criminais, que aumentaram após a pandemia. Como o delegado já havia dito a GZH quando teve o nome anunciado para o cargo, na semana passada, o combate às organizações criminosas e aos feminicídios também estão nesta lista de medidas a serem intensificadas.

Crimes patrimoniais violentos, como latrocínio, e homicídios também estão entre os cinco delitos que terão preferência, pelo menos inicialmente. Outras metas são interiorizar ações, inclusive de departamentos operacionais, trabalhar de forma integrada com outros órgãos de segurança e fazer uso de tecnologias.

A cada seis minutos, uma pessoa foi vítima de estelionato no Estado em 2022. Por isso, Sodré disse que estes delitos interligados preocupam muito e que a estratégia será ampliar as estruturas da Polícia Civil na Região Metropolitana e no Interior, mas trabalhando também com a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), já que muitos delitos são cometidos de dentro das cadeias.

— Nós estamos analisando tudo isso e temos que pensar o aumento das nossas estruturas. É uma prioridade porque este tipo de crime cresceu muito, transitando do pequeno golpe a golpes envolvendo grandes valores. Sem falar nas extorsões com ameaças e agressões. E vindo do sistema prisional, apesar do esforço do governo, precisamos ter estratégias para enfrentar essa criminalidade — ressaltou Sodré.

As estratégias ainda estão sendo discutidas, mas uma ideia apresentada pelo novo chefe de polícia, por exemplo, foi a criação de uma espécie de laboratório para obter e analisar provas envolvendo crimes cibernéticos com uma estrutura regionalizada. Segundo ele, uma das demandas do próprio governador Eduardo Leite é buscar tecnologias para combater crimes como estes golpes virtuais.

Interiorização
O delegado Sodré ainda destacou que um dos objetivos é ampliar a interiorização do combate às organizações criminosas e expandir as já criadas Delegacias de Repressão às Ações Criminosas Organizadas, as chamadas Dracos. Outra medida que está sendo analisada é levar para todas as regiões do Estado o trabalho de departamentos operacionais, como o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e o Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc).

A Polícia Civil já está em contato com o governo, como um todo, para ampliar a capacidade de trabalho destes departamentos e dar prosseguimento às ações já existentes na investigação de casos de lavagem de dinheiro. Já desde a gestão passada, a meta tem sido descapitalizar o crime organizado.

Outros crimes que terão prioridade são os patrimoniais violentos, como latrocínio (roubo com morte), e ainda os casos de homicídios e feminicídios. Sobre as mortes envolvendo questões de gênero, Sodré disse que vai intensificar ações como o monitoramento de agressores por meio do uso de tornozeleiras eletrônicas. Para isso,  é considerado fundamental o convênio com uma empresa suíça, que possibilitará que a vítima receba celulares para acompanhar eventual aproximação do criminoso e acionar a polícia. Outro objetivo é ampliar o atendimento da Delegacia da Mulher Online para facilitar e aumentar o sistema de proteção. Os feminicídios aumentaram 10,4% no Estado no ano passado. 

Sobre homicídios, Sodré explicou que Rio Grande, no sul do RS, que teve aumento deste indicador criminal em 2022, seguirá recebendo atenção especial.

— Não estamos medindo esforços, tem sempre a questão de recursos humanos, mas já estamos em contato com o governo para ampliar as atividades e o uso de tecnologias para combater este tipo de crime contra a vida — enfatizou.

Sodré ainda citou o programa RS Seguro para reduzir os indicadores de violência e destacou que o desafio é baixar ainda mais os índices. Para isso, segundo ele, o cercamento eletrônico tem sido fundamental, e esta ferramenta deve ser estendida a várias regiões.

O novo chefe de polícia ainda informou que vai seguir trabalhando para a realização de novos concursos e que pretende anunciar nesta semana os nomes dos novos diretores de departamentos da instituição.  

Fonte: Zero Hora

Foto: Gustavo Mansur / Secom




31/01/2023 – Grupo Guaramano

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