Uma semana após a decisão do ministro Alexandre de Moraes autorizar a quebra do sigilo, Jair Bolsonaro apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) os extratos bancários do período em que esteve à frente da Presidência. A solicitação havia sido feita pela Polícia Federal no âmbito da investigação sobre o caso das joias entregues por delegações estrangeiras e que deveriam ser incorporados à União. As informações do blog de Julia Duailibi, do g1.
A defesa do ex-presidente, em petição apresentada ao ministro Alexandre de Moraes, afirmam que Bolsonaro se apresenta “de forma espontânea” para afastar a necessidade de “movimentar a máquina pública para apurar os dados bancários em questão”. O documento é assinado pelos advogados Paulo Cunha Bueno e Daniel Tesser. Eles pediram sigilo dos dados.
A Polícia Federal (PF) intimou o ex-presidente Jair Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e outras seis pessoas investigadas no caso das joias a prestarem depoimento simultâneo no próximo dia 31 de agosto.
Os investigadores querem ouvir todos ao mesmo tempo para evitar a chance de combinarem versões. Além de Bolsonaro e Michelle, foram intimados: Mauro César Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; Mauro César Lourena Cid, pai de Mauro Cid, general da reserva do Exército; Fábio Wajngarten, advogado de Bolsonaro e ex-chefe da Secretária de Comunicação da Presidência; Fraderick Wassef, advogado de Bolsonaro; Marcelo Câmara, assessor especial do ex-presidente; e Osmar Crivellati, assessor de Bolsonaro.
Em 11 de agosto, a Polícia Federal deflagrou a Operação Lucas 12:2, no âmbito da investigação sobre os presentes dados ao ex-presidente por delegações estrangeiras. É investigada a tentativa de vender, de forma ilegal, itens como joias e um relógio da marca Rolex.
O advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, está na mira dos investigadores. De acordo com a PF, ele recomprou, nos Estados Unidos, o relógio que teria sido vendido ilegalmente pelo general Mauro César Lourena Cid, pai de Mauro Cid, braço-direito do ex-chefe do Executivo. O objetivo da recompra era entregar para o Tribunal de Contas da União (TCU), que exigiu a devolução do item para a União. De acordo com as regras, os presentes deveriam ser incorporados ao patrimônio do Estado, e não de uma pessoa.
A operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.