Após um ano de baixa na Série B, o Grêmio mudou a fotografia do time para 2023. A direção contratou 13 reforços para evitar que o torcedor voltasse a passar por momentos de turbulência como nos últimos dois anos. Nem todos chegaram com a grife de Luis Suárez, o quarto maior artilheiro do mundo em atividade.
Os gringos Carballo e Cristaldo são parte da renovação, que até o momento conquistou Gauchão, Recopa Gaúcha, segue vivo na Copa do Brasil e briga pelo G-4 do Brasileirão.
A avaliação da maior parte dos reforços, porém, depende da disponibilidade dos jogadores. Apesar de bom rendimento, um grupo passou mais tempo no DM do que dentro de campo. Confira a avaliação dos reforços do Grêmio:
Suárez
Cristaldo
Carballo
Bruno Uvini
A relação dos acertos do Grêmio na janela de transferências começa, obviamente, por Luis Suárez. Referência dentro de campo, o centroavante é o artilheiro da equipe com 14 gols, e também destaque pelo peso no sucesso da campanha que levou o clube aos 100 mil sócios em dia. Mas o bom rendimento de algumas peças novas passa também pela chegada de um zagueiro que exigiu investimento bem menor.
— Falar que Suárez deu certo como contratação do Grêmio é uma obviedade. Apostar em Bruno Uvini, porém, foi um grande desafio da diretoria que se mostrou um acerto. O zagueiro tem um salário baixíssimo para o padrão de quem jogou em seleção de base e no Exterior (cerca de R$ 50 mil mensais). Uvini se mostrou efetivo como opção e acabou sendo fiador para a alternativa de Renato Portaluppi de jogar com três zagueiros. É o melhor resultado custo-benefício de 2023 — avalia José Alberto Andrade, repórter de GZH.
Os gringos Carballo e Cristaldo também se afirmaram como boas alternativas nos planos de Renato. A dupla deu a resposta esperada após custarem juntos mais de R$ 40 milhões.
Pepê
Nathan
Fabio
João Pedro
Reinaldo
Vina
Everton Galdino
A impressão da maioria dos jogadores da lista acima é positiva. No caso dos laterais João Pedro e Fabio, o “problema” é o excesso de lesões. Os dois se intercalaram entre time titular e departamento médico nos primeiros cinco meses da temporada.
O mesmo vale para Pepê. O volante deixou boa impressão pelo rendimento no Gauchão, mas ainda não conseguiu sequência no Brasileirão. Apesar da titularidade enquanto esteve em condições, Reinaldo é um dos jogadores que a torcida ainda não aprovou totalmente.
— A evolução de Reinaldo foi nítida muito por conta da mudança de esquema promovida por Renato. O esquema com três zagueiros libera o lateral para ser um ala, e é justamente a qualidade ofensiva o seu maior trunfo na carreira. Nesta sequência, ele já tem gol contra o São Paulo e assistência diante do Athletico-PR, por exemplo. Merece ser mais observado na posição — afirma Marcos Bertoncello, colunista de GZH.
Contratado como aposta, Galdino oscila entre bons momentos e outros de baixo rendimento. O atacante agora será desfalque por conta de uma lesão muscular.
Gustavinho
André Henrique
A amostragem dos dois jogadores na relação é bastante pequena. Só que a justificativa para que ambos não estejam em outro tópico é simples. Renato procurou nos últimos meses por atacantes e nenhum dos dois apareceu nem como alternativa nas últimas partidas.
Gustavinho até ganhou algum destaque durante a pré-temporada. O jogador recebeu uma série de elogios pelo potencial demonstrado, mas nunca confirmou. O Grêmio tentou repassá-lo para a Chapecoense, que recusou o empréstimo.
— A contratação de Gustavinho foi ruim. É um equívoco buscar um jogador que não se destacou antes. Ainda mais por ser justamente em uma posição em que o Grêmio revelou tantos jogadores de qualidade nos últimos anos — avalia Marcelo De Bona, narrador da Rádio Gaúcha e colunista de GZH.
O Grêmio fez uma aposta em André Henrique. O jovem de 21 anos veio para Porto Alegre após marcar quatro gols pelo Hercílio Luz no Catarinense. Hoje, está atrás de Vina, improvisado como centroavante, e deve perder espaço com o possível aproveitamento de Diego Souza.
Foram 11 contratações do Inter na temporada. Duas ainda não entraram em campo. Justamente as mais aguardadas: Charles Aránguiz e Enner Valencia. O chileno, por questões médicas, está lesionado. O equatoriano, por causa da janela de transferências, que só abre em 3 de julho. As outras nove já atuaram.
As respostas variaram, bem como o desempenho do time até agora. Afirmação, mesmo, só uma. Todos os demais ainda estão em processo inicial de avaliação ou já sofrem rejeição da torcida. Em um dos casos, aliás, já houve até a saída do Beira-Rio antes mesmo de cumprir meio ano de contrato. A seguir, veja o reforçômetro colorado em 2023.
John
De todas as contratações da temporada, apenas uma foi inteiramente aprovada. E trata-se de um dos jogadores que mais demoraram a ser chamados por Mano Menezes. O goleiro John, desde que ganhou a primeira chance, não abandonou mais a titularidade. Mais: salvou o Inter em duas oportunidades cruciais, contra o Metropolitanos e contra o Vasco. Não fosse por ele, a situação colorada na Libertadores seria dramática.
Para José Alberto Andrade, repórter da Rádio Gaúcha e colunista de GZH, sua resposta é superior, inclusive, à expectativa do goleiro que chegou por empréstimo do Santos:
— Daniel caiu em desgraça com a torcida após não sustentar a fama de “melhor goleiro formado no Inter depois de Alisson”. Keiller seguiu caminho semelhante. Só não deixou o clube. Valeu para John a experiência de um ex-titular do Santos, a personalidade de quem já falhou, mas nunca se abateu com isso, e que respondeu com qualidade técnica, protagonizando defesas milagrosas em momentos importantes. Esta combinação lhe deu a confiança da torcida.
Três jogadores foram avaliados pela editoria de esportes de GZH como “não aprovados”. Um deles é o caso mais claro. Mário Fernandes, uma das esperanças da temporada, nem sequer ficou meio ano no Inter. Entrou em campo apenas cinco vezes. Menos mal para o clube é que a saída não onerou ainda mais os cofres, e que seu futuro pode gerar alguma renda (há uma indenização para retornar ao futebol).
Jean Dias também não aprovou. Por mais que receba oportunidades de Mano Menezes, o ex-atacante do Caxias está longe de cumprir as necessidades do time.
Mesmo caso de Baralhas. O volante custou R$ 5 milhões aos cofres colorados, pagos parceladamente ao Atlético-GO.
— É uma contratação que não fez sentido. O Inter foi buscar num time rebaixado o volante que nem sequer foi o destaque, o melhor do time era Marlon Freitas (hoje no Botafogo). Sem contar que é uma posição em que há sempre um inchaço — analisa o narrador Marcelo De Bona, da Rádio Gaúcha.
Assim como o Inter, esses jogadores oscilaram e agora estão em busca de afirmação. Seja por ter demorado demais a receber oportunidade ou porque a condição física não ajudava, os atletas ainda precisam de observação antes da avaliação definitiva.
Nico Hernández está na primeira categoria. O zagueiro chegou ainda durante o Gauchão, mas só foi acionado quando o Estadual havia acabado. E tem dado resposta positiva a ponto de brigar pela titularidade com nomes mais afirmados, como Mercado e Moledo. Gabriel Barros ainda aguarda sua vez.
Campanharo e Luiz Adriano fazem parte do segundo time. Os dois chegaram visivelmente fora de forma (não acima do peso, só longe do ritmo ideal). Agora, em melhores condições, dão resposta esperada.
E Rômulo vive boa fase, com direito a gol marcado na última partida. Para o colunista de GZH Marcos Bertoncello, ele pode receber mais chances:
— Na abundância de opções para a posição, e isto não é um elogio, Rômulo foi quem melhor se adaptou como camisa 5 do Inter nessa reta final de primeiro semestre. Conseguiu dar o equilíbrio necessário para o sistema de Mano Menezes, liberando Johnny e De Pena. Em meio à defasagem física do time, consegue se sobressair na vitalidade.
FONTE: GZH