Morreu na manhã desta quinta-feira (25), aos 80 anos, o músico tradicionalista Albino Manique, fundador do Grupo Os Mirins. Ele estava internado no Hospital São Lucas da PUCRS, em Porto Alegre e faleceu por volta das 8h30min. Ele deixa três filhas.
O acordeonista estava permaneceu internado há cerca de 20 dias. Durante o período, ele chegou a receber alta médica, mas retornou no dia seguinte. Manique enfrentava diversos problemas de saúde decorrentes de um câncer de pulmão, que acabou se espalhando para outros órgãos.
TRAJETÓRIA DE ALBINO MANIQUE
Albino Batista Manique nasceu em São Francisco de Paula, no dia 12 de março de 1944 e foi um compositor e acordeonista brasileiro. Albino, desde cedo sempre teve a música consigo. Tinha um vizinho e amigo chamado Francisco Castilhos, e juntos começaram a tocar. Francisco ganhou um cavaquinho, e como Albino tocava pandeiro, fizeram uma dupla para animar as festinhas do interior. Com o passar do tempo, Chico ganhou um violão, e Albino uma gaita de 80 baixos de seu pai, e se apaixonou por este instrumento.
Em 1958, se apresentavam num concurso musical de uma igreja em São Francisco de Paula, no Rio Grande do Sul. Como a dupla não tinha nome ainda, o animador Jair Teixeira disse que iria apresentá-los como Dupla Mirim. Em 1961, ele e Francisco Castilhos gravaram seu primeiro disco, intitulado Barbaridade, que até hoje ainda é muito tocado no sul do país. Depois de algum tempo se concretizou o Conjunto Os Mirins liderado por Albino.
Em 1969 lançou seu primeiro disco solo, intitulado Alma de Acordeon, com sucessos como Taquito Militar e Bugio da Serra. Na década de 1970 dedica-se ao conjunto, deixando de lado os discos individuais, voltando em 1978 com o disco solo Baile de Candeeiro, trazendo músicas como Baile de Candeeiro e Madrugada.
Albino Manique tinha uma musicalidade forte e habilidade com a sua gaita, criando uma técnica peculiar, sempre se destacando por seus arranjos complexos e muito bem elaborados. Manique, em pouco tempo, passou a ser considerado uns dos melhores instrumentistas do Brasil e era muito requisitado para gravar discos de outros artistas.